terça-feira, 17 de junho de 2014

Subconsciente

Estava esperando para compartilhar a notícia apenas quando tivesse todos os detalhes, mas finalmente posso liberar a novidade. Meu segundo livro, Subconsciente, vai ser lançado na Bienal de São Paulo no dia 30/08, pela Literata!
Estou super feliz e fico ainda mais feliz quando vejo o apoio de todos vocês. E para aqueles que estão curiosos sobre o livro, aqui vai a capa e a sinopse.





 Sinopse: Paris de 1922. O mundo se recuperava das consequências da Grande Guerra. Em uma geração regada e luxúria e boemia, o sonho de Olga Chevalier era ser a maior cantora que o mundo já viu. Suas ambições começam a mudar quando uma dançarina do famoso cabaré Moulin Rouge é assassinada, e o dom de Olga passa a leva-la até os sonhos e a mente do assassino. Amor, desejo e mistério se unem nessa trama alucinante... Em quem confiar? Em situações extremas, até seu próprio dom pode traí-la.



É isso aí, galera. Espero encontrar todos vocês por lá, e espero que se apaixonem pela história.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Sobre espaços vazios, dias chuvosos e você

             






                Olho pela janela, para as gotas grossas contra o vidro translúcido. A fumaça espessa do cappuccino fumegante em minhas mãos embaça a janela, minha respiração pesada me envolvendo com aquele cheirinho gostoso que só uma chuva generosa depois da seca trás.
               Nos fones de ouvido, aquela velha Bossa Nova. Não me leve a mal, meu amigo, meu bom Blues abandonado na playlist intocada, mas saudade é uma coisa que só o Português tem. Em inglês se sente falta, em italiano também, mas saudade, meu velho, isso é coisa nossa.
               Deito, rolo, me reviro e desisto. Desisto porque meu travesseiro ainda tem seu cheiro de couro e shampoo. Desisto porque eu, a garota que sempre teve horror a conchinha, sinto falta do seu corpo quente ali ao lado do meu, dos seus dedos insistentes que sempre buscam os meus debaixo do edredom, de afogá-lo com meus cachos indomáveis, que não impedem aquele encaixe que é tão certo.
                 Sinto falta daquele seu '' Não se preocupe, eu estou aqui'' sussurrado e breve, dito como um segredo guardado a sete chaves que você escolheu compartilhar comigo. Sinto falta daquele seu olhar de lado, fugidio. Suspiro, viro de lado, suspiro. Penso que no lugar daquele seu sorriso debochado, que me devora, que me adora, que me consome, agora há um espaço vazio. E eu, a mulher dos lábios vermelhos e olhar que desafia, da mochila nas costas, caneta na mão e a resposta sempre na ponta da língua, aquela que debochou de romantismo e da bobagem dos finais felizes, rende-se completamente à ele. É necessário coragem para se permitir ser vulnerável, espero que você entenda um dia.
                  Ouvi uma vez que a graça do objetivo está na jornada. Então aproveite-a, por que eu o fiz. E finais felizes não são, afinal, finais. São começos, vírgulas, ponto e vírgula, de interrogação e às vezes exclamação. Tivemos finais felizes, muitas e muitas vezes. Há beleza até mesmo na simplicidade da luz amarelada de um poste através do vidro, e assim como o amor, e saudade precisa ser sentida.