segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Descobrindo você


Você sabia que nossas mãos se encaixam perfeitamente? Provavelmente você nunca notou, nunca viu o modo como nossos dedos se abraçam naquela sintonia perfeita, como minhas mãos têm o tamanho exato para encaixar nas suas.
Eu tenho aquele medo irracional e estranho de me entregar e sei que você me entende, afinal, meu medo e seu medo estão ali, moldados pelas mãos cruéis daqueles aos quais um dia confiamos nosso bem mais precioso, nosso coração. E mesmo assim, quando você segura minha mão, sei que te deixaria me guiar aonde quisesse.
Você tem aquela tristeza sempre habitando os recantos dos seus olhos que você não deixa ninguém ver. Você tenta e tenta, e diz a si mesmo que não se importa, mas no fundo você sabe, e eu também, que você nunca esqueceu.
E têm aquele jeito que você me abraça por trás, quando posso sentir sua respiração em minha nuca e seus braços fortes nos trancando em nosso pequeno mundo onde nada nos atinge.
Você não se importa em usar as escadas comigo por que não gosto de elevadores, mesmo que o cansaço te implore para poupar qualquer esforço. Adoro o olhar no seu rosto quando você me avista chegando no meio da multidão. Também gosto da empolgação com qual você fala de algo que realmente gosta, mexendo as mãos rapidamente, como se quisesse me fazer entender o porquê daquela paixão.
E têm aquele seu outro lado, aquele que me devora, que explora cada parte do meu corpo como se não quisesse perder nenhum detalhe.
Eu digo a você e a mim mesma que não me importo, mas será que você não nota pelo modo como aperto seus dedos nos meus quando você segura minha mão? Não nota minha palma suada pelo nervosismo. Não nota que eu tenho um sorriso só seu? Por que se você não nota, não tenho nada a dizer além de um sinto muito. Por que eu poderia ser aquela que curaria todas as suas feridas, uma por uma, sem pressa. Aquela que te abraçaria forte quando você estivesse triste. Aquela que falaria besteiras no seu ouvido e mergulharia na curva suave do seu pescoço de novo e de novo. Eu seria aquela que apreciaria os nuances da sua personalidade. O modo com você parece um vulcão dormente. Eu seria aquela que adoraria estar por perto para vê-lo explodir. E por isso não há nada mais que eu possa dizer além de sinto muito por você, por que eu seria seu mundo, se apenas você notasse…


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